terça-feira, 23 de julho de 2013

Vale a pena lutar*


Democraticamente mais uma vez os profissionais de educação de Parnamirim ocuparam a prefeitura e deram uma bela aula de cidadania. Demonstraram aos gestores públicos que não admitem serem tratados com desrespeito e desconsideração como infelizmente vem acontecendo quando a prefeitura nega direitos já conquistados, melhores condições de trabalho e até mesmo a receber seus representantes. Professores que este ano já deram uma demonstração da força que tem enquanto categoria organizada e mobilizada quando atenderam ao chamado do SINTSERP, que por sua vez não viu outra alternativa a não ser conclamar toda a categoria a se impor e não aceitar na atribuição de turmas e aulas mais do que o devido por cada companheiro ou companheira segundo a lei do piso. Assim foi feito e o resultado é que depois de tentar durante quatro anos negociar com a prefeitura, professores e professoras hoje em Parnamirim usufruem do direito conquistado na lei 11.738/2008.


Do mesmo modo, estes valorosos lutadores atenderam ao novo chamado que fizemos e iniciaram um movimento de greve, paralisando suas atividade junto as crianças e jovens de Parnamirim (não sem alguma dificuldade, mas por outra ciente de seu dever junto a essas mesmas crianças e jovens), pois não podem aceitar que um prefeito que reajusta seu salário em 100% negue os 10% devidos aos educadores, sob a desculpa de que a cidade, o orçamento não pode pagar. Uma cidade que pode pagar 24 mil reais de salário para o seu prefeito pode pagar sim o piso aos profissionais do magistério, uma cidade que é a segunda maior receita de FUNDEB do estado e a terceira maior cidade do estado pode sim corrigir pelo menos no percentual de 10% a que teve todo trabalhador do Brasil o salário de seus professores. Conhecemos a evolução das receitas no município, crescendo expressivamente e portanto insistimos na posição que assumimos.


A sociedade e os educadores já esperaram demais por um prefeito que parece zombar, debochar desses profissionais e da população ao se comportar de tal modo, dizendo-se ofendido por nós insiste em não receber os representantes da categoria. Ofendidos estamos nós ao vermos um prefeito que sem constrangimento algum passa a ganhar quase o teto do funcionalismo público enquanto quer que os profissionais do magistério amarguem zero de correção salarial, que está de costas para a sociedade, para os jovens que ocupam as ruas desse município bem como de todo o país para exigir serviços públicos de qualidade, educação e saúde de qualidade.


Aproveitamos para informar que na manhã de hoje,  21 de julho, depois de mais uma mobilização na sede da prefeitura que só se encerrou quando nos apresentaram a proposta de uma nova audiência amanhã terça-feira às 10 horas na prefeitura em que receberemos uma proposta de reajuste em reunião com o chefe de gabinete e a secretária de educação. Isto vem provar novamente a importância de estarmos mobilizados e firmes nas nossas posições seguros de que o avanço é possível, e mais, necessário, pois diante de nossa pressão a prefeitura já muda o discurso e vem apresentar números.


É importante no entanto que nos mantenhamos atentos e firmes para que o quanto antes possamos alcançar um bom termo em mais um movimento em que reafirmamos a força de profissionais conscientes de seus direitos e deveres enquanto formadores de novos cidadãos.

*Alexander de Brito é professor e 1º Secretário do Sintserp.

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