Na manhã de ontem (20) o Sintserp lançou em Parnamirim, uma campanha - de origem nacional - que luta pela mudança dos nomes de escolas públicas que homenageiam ditadores propondo que sejam trocados por nomes de educadores. O 1º encontro ocorreu na Escola Municipal Presidente Marechal Arthur da Costa e Silva, que no planejamento do sindicato deverá ser a pioneira em Parnamirim na luta pela troca dos nomes. A proposta já conta com o apoio da direção da escola, professores e alunos que vêem como importante a correção de um equívoco histórico que atenta contra a memória democrática popular.
O Marechal Artur da Costa e Silva foi vigésimo sétimo Presidente brasileiro, sucessor de Castelo Branco, o segundo durante o Golpe militar. Seu governo iniciou a fase mais dura e brutal da ditadura militar, à qual o general Emílio Garrastazu Médici, deu continuidade. Sob o governo Costa e Silva foi promulgado o AI-5, que lhe deu poderes para fechar o Congresso Nacional, cassar políticos e institucionalizar a repressão. Essa repressão ocorreu por meios legais e ilegais, com torturas contra militantes da esquerda.
O evento contou com uma palestra e veiculação do documentário "Vala Comum", filme do cineasta João Godoy gravado em 1994 e que tem como enredo a descoberta de 1.049 ossadas encontradas em uma cova no cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus, periferia de São Paulo (SP). O vídeo despertou o interesse de todos que estavam por lá.
De acordo com o presidente do Sintserp, Celino Bezerra, o sindicato provocará debates em outras escolas para conscientizar os alunos sobre a necessidade de mudar os nomes. “É fundamental que a juventude saiba o que representou o golpe de 64 para o Brasil, para que não se repita mais”, explicou.
O diretor do Sintserp, Alexander de Brito, falou ser necessário que a comunidade escolar tome conhecimento das atrocidades cometidas pelo ditador Costa e Silva para que a mudança de nome ocorra rápida, com a conscientização dos trabalhadores da educação e dos pais. Para isso, o Sintserp disponibilizou uma carta para os alunos levarem pra casa para que a família tome conhecimento da Campanha.
De acordo com levantamento, existem em todo país aproximadamente 1.000 escolas municipais, estaduais ou federais identificadas pelo nome dos cinco ditadores que ocuparam o posto de presidente entre 1964 e 1985.
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