Carta aos Grevistas
Caros colegas, mais uma vez estamos prestes a ingressar na luta incessante em busca dos nossos direitos, os quais, sem surpresa alguma, estão sendo negados e com certeza se não nos mobilizarmos, a tempo, serão extirpados pela mão de ferro que nos espanca, quando na verdade deveria nos afagar e nos agradar constantemente.
A nossa luta entrará para o seu terceiro ato, o qual poderia muito bem ser designado como III Grande Guerra, pois aquele que deveria ser nosso defensor, nosso protetor simplesmente optou por nos ignorar e se reservou ao direito de nos declarar seus inimigos, uma vez que nada de mal fizemos a ele ou a aqueles que servimos diariamente nas escolas que trabalhamos, muito pelo contrário, servimos a população parnamirinense calorosamente, mesmo com os nossos locais de trabalhos sem condição alguma para executarmos as nossas tarefas diárias.
Entretanto, não é porque trabalhamos no nosso limite e sem estrutura básica, nos sacrificando diariamente, que devemos ceder e aceitar que esta situação permaneça desta maneira, pois, temos ao nosso lado um instrumento de luta fortíssimo que já funcionou antes nesta guerra e que com certeza irá funcionar mais uma vez: GREVE.
O movimento grevista em Parnamirim já trouxe, além de dignidade e esperança, os direitos assegurados pela Constituição Federal aos servidores, como na greve da Maternidade que garantiu que os servidores passassem a receber a gratificação de insalubridade, ou como os próprios professores que recebiam apenas um salário mínimo e diversos penduricalhos e após a primeira greve tiveram seu salário reajustado, mas longe do ideal como é de se esperar desta administração, ou até mesmo na greve do ano passado que, com toda a pressão realizada nas sessões da câmara, finalmente assegurou aos servidores receber o bendito e famigerado vale transporte.
Por isto, peço a vocês que não se abstenham como também não se neguem a lutar pelos seus direitos, nem se permitam intimidar por direção de escola ou por cortes indevidos dos salários, pois ao se tornarem servidores do município conquistaram também os direitos que rezam na Constituição Federal a todo funcionário público. Contudo a administração pública do município se faz de cega, surda e muda e tenta propagar esta sua política aos servidores com a finalidade de abaixarmos nossas cabeças e nos conformarmos com as migalhas que nos cedem à duras penas, mas somente lutando incessantemente é que podemos fazer com que nossos direitos sejam garantidos e que possamos merecidamente usufruí-los.
Bruno Oliveira
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