sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A maior das greves, ou: até onde pode nos levar a irresponsabilidade de um prefeito*


Esta já é maior das greves realizadas pelos educadores no município de Parnamirim. E antes de ser motivo de orgulho aos valorosos e valorosas educadores que insistem em denunciar o descaso com a educação, é na verdade uma demonstração de quão nefastas podem ser as consequências para a municipalidade de uma má escolha ou de más escolhas. É também resultado da irresponsabilidade e mesmo da incompetência de um gestor para lidar com o interesse público.

Nos perguntamos então até onde pode levar tal irresponsabilidade visto que o prefeito Maurício Marques até os cem dias de greve nem mesmo foi capaz de receber os representantes dos educadores em greve, quando, na verdade além de obrigação já que foi eleito pela sociedade para exercer um mandato, deve ser iniciativa de um administrador que se preze.  Portanto deveria dele prefeito, partir a iniciativa do diálogo, da busca da resolução de um impasse que impossibilita que milhares de crianças e jovens possam exercer seu direito constitucional a educação. Pela atitude do prefeito é como se nada tivesse acontecendo.

Até o momento o que podemos responder é que já nos levou a uma greve que já ultrapassa os cem dias e caminha para os quatro meses com consequências sérias para os estudantes da rede municipal de ensino bem como para os profissionais que tiveram de deixar as salas de aulas interrompendo assim suas atividade e o bom curso de seu trabalho, a despeito do que irresponsavelmente afirmam os representantes da prefeitura quando, demonstrando ou tentando demonstrar despreocupação, dizendo que apenas 232 professores permanecem em greve, como se e tal quadro não trouxesse para os estudantes consequências. Porém, é bom que se acrescente aqui, que estas declarações só vem deixar mais transparente (se é que é possível) o descaso da prefeitura com a garantia desse direito das crianças e jovens dessa cidade pois como sabemos e nos foi demonstrado de modo muito feliz por uma de nossas companheiras a professora Hildevânia Carlos, a Vânia,  em audiência pública realizada em abril deste ano quando apresentou-nos até aquele momento o quanto de aulas os estudantes de uma determinada escola em um de seus turno já haviam acumulado de défict. Lembrando que em abril nem mesmo estávamos em greve.

Como é do conhecimento de todos, pelos menos todos que conhecem a escola além das fachadas, e é bom que se diga ministério público também, essas aulas não são repostas e o já citado ministério público nada tem feito para garantir  os tão falados duzentos dias letivos a que tem direito os estudantes, talvez porque a titular da promotoria da educação esteja muito ocupada em policiar os professores numa responsabilidade que cabe ao estado. Entra ano e sai ano e os tais duzentos dias não são cumpridos.

Os educadores do município de Parnamirim não estão pedindo um favor ao prefeito mas reivindicando direitos já conquistados e negados pela prefeitura. Digo isso porque a prática infelizmente é ainda algo muito comum em Parnamirim, cidade que parece viver ainda no início do século passado.

Lamentamos pelas crianças e jovens que estão sem aulas, bem como pelos contribuintes, muitos, pais de estudantes que seguem sem aulas seja em virtude da greve seja pela falta de profissionais, e num e noutro caso resultado da falta de compromisso com a educação pública por parte da administração.

Diante de todo o exposto, os educadores de Parnamirim não poderiam deixar de cumprir o dever de denunciar a toda a sociedade bem como conclama-la para que juntos possamos lutar pela valorização desse que é talvez o maior bem que podemos legar as futuras gerações.

*Alexander de Brito é 1º Secretário do Sintserp.

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