A direção do SINTSERP tomou conhecimento nos últimos dias de um impasse que vem ocorrendo na Escola Jacira Medeiros. Apesar dos professores terem elaborado e aprovado em equipe um projeto pedagógico para 2015, a direção da escola vetou a proposta alegando que o documento está "sob ilegalidade".
Um fato como esse só reforça o nefasto papel que a prefeitura e vereadores tem feito ao indicar seus apadrinhados para gerir as escolas do município. Sem capacidade, competência e ouvidos abertos para os educadores e Comunidade Escolar esses "gestores" acabam interferindo de maneira prejudicial nas decisões que afetam o funcionamento e desenvolvimento das escolas. O SINTSERP entende que é urgente e fundamental a implementação da Gestão Democrática Escolar e das Eleições Diretas para Diretores nas escolas do município para combatermos tais medidas antidemocráticas.
Acompanhe o caso:
ESCOLA NA CONTRAMÃO
Diretor de escola municipal de Parnamirim veta o projeto pedagógico anual proposto pelos professores, sob suspeita de ilegalidade
Um fato singular vem acontecendo na Escola Jacira Medeiros, bairro Nova Esperança, em Parnamirim. Como em todo início de ano letivo, os professores reuniram-se com fito de elaborar o projeto pedagógico a ser trabalhado ao longo de 2015. Após várias discussões dos professores junto com a equipe pedagógica, o documento foi elaborado e levado à direção com o título de “ideias para uma escola popular e autônoma”. Procedimento comum e de rotina. Todavia, os professores foram posteriormente surpreendidos com a informação de que esse projeto estava proibido de ser trabalhado em função de sua ilegalidade. Inquerido pelos professores, o diretor reafirma que o documento foi enviado ao Setor Jurídico do município, que avaliará sua procedência e legalidade.
O professor da Escola Jacira Medeiros, Edilberto Cleutom, afirmou que não compreende essa decisão inusitada. Segundo ele, nada consta no documento que permita sua interdição, e completa: “parece-me que a direção foi vítima de uma síncope de autoritarismo, vendo no título popular, ares de golpes comunistas ou coisa do gênero".
Veja abaixo alguma das ações do projeto que tem motivado a suspeição da direção:
1. O conselho de sala
O conselho de sala seria uma assembleia de estudantes da própria sala responsável por avaliar autonomamente o seu próprio desempenho e suas atitudes no correr do bimestre, podendo ‘criticar’ ou ‘elogiar’ e deliberar ações para que a turma ou alguns alunos individualmente melhorem sua atitude e sua disciplina em sala. O conselho deve ser formado por um aluno coordenador e monitores das diversas disciplinas, responsáveis estes pela observação do desempenho dos colegas ao longo de certo período quanto ao cumprimento dos combinados coletivos, tais como: assiduidade, solidariedade, participação, colaboração, e responsabilidade.
Cabe ao coordenador observar o cumprimento das tarefas dos monitores e a condução da assembleia bimestral. Cabe aos monitores o acompanhamento da agenda dos professores de cada disciplina, como também comportamento e atitudes dos alunos de sala, a serem apreciados em cada assembleia. Todo e qualquer aluno pode e deve criticar atitudes e comportamentos indevidos ao bom desempenho das aulas, mas toda crítica deve ser seguida de uma sugestão positiva a ser apresentada nas plenárias.
2. A escola de pais
A escola de pais consiste numa associação não deliberativa, com função colaborativa, acompanhando e respaldando as decisões do Conselho, participando das ações e assembleias do conselho de sala, como também contribuindo com ações, palestras, oficinas, e culminâncias conforme suas decisões internas. A principal finalidade da ‘escola de pais’ seria garantir a presença dessa esfera da comunidade escolar na rotina da escola.
Segundo os professores, ambos os instrumentos têm como fito de um lado a formação dos estudantes para o exercício da democracia e da cidadania e de outro promover a participação das famílias na educação escolar dos seus filhos.
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