quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Sintserp participa de celebração em homenagem ao centenário de Luiz Maranhão Filho




A direção do SINTSERP participou na tarde desta quarta (8) de atividade realizada pela gestão da Escola Municipal Professor Luiz Maranhão Filho, no bairro Vida Nova, em celebração ao centenário de nascimento do advogado, jornalista, professor e Deputado Estadual Luiz Ignácio Maranhão Filho, personalidade política e pública que nomeia a unidade de ensino.





A atividade contou com a presença de professores, funcionários, sindicalistas, gestores escolares, militantes sociais e membros do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular - CDHMP, da Rede Brasileira de Educação para os Direitos Humanos e do Conselho Estadual de Direitos Humanos do RN.




O encontro também contou com homenagens através da música e da entrega de um quadro com a fotografia de Luiz Maranhão Filho.



Sobre Luiz Ignácio Maranhão Filho:

Luiz Ignácio Maranhão Filho nasceu em 25 de janeiro de 1921 em Natal, Rio Grande do Norte, filho de Luís Inácio Maranhão e Maria Salmé Carvalho Maranhão, foi casado com Odete Roselli Garcia.

Foi Advogado, Professor da Escola Estadual Atheneu Norteriograndense, da Fundação José Augusto e da Universidade Federal do RN. Jornalista, colaborou com diversos jornais do Estado, particularmente com o Diário de Natal. Escreveu vários artigos sobre questões da realidade para a Revista da Civilização Brasileira.

Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido eleito para o seu Comitê Central no VI Congresso do partido em 1967. Preso em 1952 pela Aeronáutica em Parnamirim, foi brutalmente torturado, constituindo essa saga vivida por Luís, no capítulo do livro A História Militar do Brasil, de Nélson Werneck Sodré. Em 1958 é eleito Deputado Estadual, pela legenda do Partido Trabalhista Nacional (PTN), desempenhando o mandato até 1962.

No início de 1964, a convite de Fidel Castro visita Cuba. Com o golpe militar de abril do mesmo ano, Luís é preso e, novamente, submetido à tortura. Permanece preso até fins de 1964. Libertado, imediatamente passa à clandestinidade, no Rio de Janeiro. Durante o período de vida clandestina, Luís Maranhão Filho, atua em diversas missões e comissões partidárias. Era importante elo de ligação nos contatos do partido com a Igreja Católica e políticos de oposição legal.

Luís Maranhão foi preso no dia 03 de abril de 1974 numa praça em São Paulo, capital. Pessoas que presenciaram a cena, informam que ele foi algemado e conduzido num transporte de presos pelos agentes do DOI-CODI do II Exército.

A ditadura militar jamais reconheceu a prisão do militante político; foi incluído no rol dos desaparecidos. Sua esposa denunciou, através do Secretário Geral do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), deputado Thales Ramalho, que Luís estava sendo torturado em São Paulo pelo famigerado assassino Sergio Fleury. Em 15 de maio de 1974, o vice-líder da ARENA, Deputado Garcia Neto prometia "que o governo tomaria providências para elucidar os sequestros de presos políticos, inclusive de Luís Maranhão Filho". Providências nunca encaminhadas.

Em 08 de abril de 1987, o ex-médico e torturador Amilcar Lobo revelou, em entrevista à Revista Isto É, que viu Luís sendo torturado no DOI-CODI do I Exército no Rio de Janeiro. Em 1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja, disse que Luís fora trucidado pelos órgãos de segurança da ditadura militar; seu corpo não foi localizado.

Um comentário:

  1. A história de luta e resistência do Professor, Advogado e jornalista Luiz Ignácio Maranhão Filho, Patrono da nossa escola no bairro de Monte Castelo, Parnamirim RN, jamais deve ser esquecida. O seu legado em defesa de direitos sociais, foram fundamentais na a construção da história da democracia brasileira, e não poderá ser apagada nem esquecida. O objetivo do nosso trabalho pedagógico na escola, com o projeto centenário do Luiz Maranhão é de fazer-se conhecida a sua história pela comunidade escolar, especialmente por nossos alunos, para que compreendam e desenvolvam a consciência de luta pela manutenção dos direitos democráticos já estabelecidos e por outros que as demandas sociais apontam, para que tenhamos uma sociedade mais consciente, mais justa e igualitária.

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